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Hoje estamos polêmicos
Quem aí adora uma polêmica? 🍿 Esta edição do Meio News está cheia de notícias bombásticas que vão fazer cair os queixos. Segura bem essa caneca de chá ou de café e vamos lá!
Urânio é biodegradável?
Mundo
Você com certeza já estudou na escola ou viu algum filme que tinha como tema as usinas nucleares, né? Mas agora que vem a pergunta: você as chamaria de energia verde? É isso que a União Europeia está tentando afirmar.
Só para relembrar: Energia verde é uma energia renovável que não prejudica ou afeta o meio ambiente.
Na última semana, a União Europeia afirmou que as usinas nucleares e as de gás natural podem ser consideradas produtoras de energia verde, desde que cumpram certas metas. Que tal a meta não poluir - rs?
É claro que houve muita controvérsia entre os países. Contra essa medida estão a Áustria, Luxemburgo e Espanha. De acordo com eles, a energia nuclear não é verde e nem sustentável.
Porém o argumento da UE se exemplifica no fato de alguns países terem como sua base a energia nuclear, como por exemplo a França. As usinas liberam menos carbono que outros tipos de energia e então, a preocupação gira em torno da segurança e do descarte de resíduos perigosos.
No entanto, o gás natural foi um pouco mais aceito, já que de acordo com eles, seria um incentivo aos países ainda dependentes de carvão a aderirem para energias mais sustentáveis. A Polónia que se prepare.
A medida ainda não foi decidida, os países contra fizeram uma ameaça de ação legal, o Parlamento Europeu e o conselho de chefes de Estado têm quatro meses para considerar a proposta.
O que não significa que o governo irá investir em massa na energia nuclear e no gás natural. Afinal, o país que receber a energia nuclear deve ter planos bem estruturados e verbas para gerir os resíduos nucleares. Não queremos nenhum acidente, né?
Agrotóxicos legalizados
Brasil
Agora a cobra vai fumar! Saiu o projeto de lei que flexibiliza e aprova o uso de agrotóxicos no Brasil. Ela foi aprovada na Câmara dos Deputados no dia 09 de fevereiro, mas voltará para o Senado devido a pequenas mudanças. Coisa mínima.
Mas o que a lei muda?
Primeiro.. o controle de autorização de novos agrotóxicos será do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), e não mais da Anvisa (Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária), do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais). Será que vai dar bom?
Mas não significa que esses órgãos não possam falar nada. Depois de aprovado, eles ainda poderão apresentar pareceres e argumentos contra ou a favor do uso de tal agrotóxico. Mas podem ser ignorados!
Segundo… Não serão mais chamados de agrotóxicos, e sim de pesticidas. Quando forem utilizados em florestas ou ambientes hídricos serão chamados de "produtos de controle ambiental". De acordo com o deputado Luiz Nishimori “A nomenclatura científica mundial para os produtos é 'pesticides’.” Estamos só nos adequando ao resto do mundo porque, afinal, “O agro não é tóxico”. SOS!
Terceiro… Ao vedar a utilização de algum agrotóxico, só serão levados em conta “riscos inaceitáveis”, a antiga lei proíbe qualquer pesticida que contenham características teratogênicas, carcinogênicas, mutagênicas e causem distúrbios hormonais e danos ao aparelho reprodutor. Perigosíssimo.
Quarto… A lei estipula prazos de registro e estudos mais rápidos, o que os especialistas estão dizendo que poderia prejudicar estudos mais profundos dos agentes toxicológicos presentes nos produtos. Isso é para igualar o Brasil a países que geralmente demoram menos tempo nas análises.
O que isso vai acarretar?
Tendo menos voz ativa, a Anvisa e os outros órgãos darão menos importância, afinal não tem sentido investir esforços se não há resultado.
Já que quem vai aprovar tudo é o próprio Ministério da Agricultura, especialistas temem que as decisões pesem mais pelo lucro do que pela saúde.
Se o produto não for analisado no tempo estipulado, ele receberá uma autorização temporária, e se o produto for perigoso ele já terá ido para as mãos do consumidor.
De acordo com os cientistas, sem a devida pesquisa e a intervenção de órgãos de saúde, os riscos a longo prazo para a população e para o meio ambiente é incalculável.
O principal motivo, disseram, não é implementar novos tipo de pesticidas no mercado, e sim incentivar os agricultores a combater as pragas e doenças de uma maneira mais moderna. Mas para a porta-voz do Greenpeace, que é mais do que contra a essa PL, esse discurso não é um argumento válido. Like the boss.
Mas o que podemos fazer para ir contra isso?
O que você pode fazer é manifestar sua insatisfação política, votar consciente, e ajudar a promover outros métodos alimentares e agrícolas, como por exemplo apoiar pequenos produtores orgânicos. Ou plante você mesmo!
Sabemos que produtos orgânicos são caros, mas pensando nisso o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) criou uma lista de feiras orgânicas pelas cidades do Brasil. Não deixe de conferir.
Da boca pra fora
ESG
Se você é um leitor assíduo do Meio News, você sabe que no ano passado muitas empresas prometeram coisas pra gente. O número de empresas que se comprometeram com o carbono zero chegou a três mil, mas falar é fácil, estamos querendo ação.
Carbono zero: se você ainda não sabe, o carbono zero foi um acordo fechado em Paris no ano de 2015, decretando que os países diminuiriam as taxas de carbono lançadas à atmosfera até 2050, e em troca, receberiam créditos de carbono para trocar com outros países do mundo.
O que acontece é que as organizações climáticas New Climate Institute e Carbon Market Watch, publicaram um estudo feito com 25 empresas globais que mostrou que as metas não são o suficiente para garantir o carbono zero. Em teoria, 100% do carbono deve ser cortado, mas as empresas apresentam uma média de 40%. Nem metade!!
Claro que houve dúvidas quanto a veracidade do estudo, e quem procurou saber disso foi a entidade formada pela Carbon Disclosure Project (CDP), responsável pela certificação dos planos de descarbonização das empresas e o Pacto Global, que é o um órgão da ONU responsável pelo meio empresarial, a Science Based Targets initiative (SBTi), no bom português: “Indicativa de Metas Baseadas na Ciência”. Meio News é bilíngue!
Metade dessas empresas têm metas de curto prazo aprovadas.Nenhuma delas se comprometeu realmente com a proposta e duas empresas brasileiras, que foram estudadas, sendo ela a Vale e a JBS, nem mandaram seus planos para o SBTi. Que vergonha! Decepcionada mas não surpresa - rs
Depois de tudo isso ficou claro que muitas empresas, não necessariamente todas elas, estão apenas utilizando a onda do carbono neutro para ganhar mídia e propaganda, o que é extremamente de mau gosto. Trabalhamos com dados, no final, veremos quem realmente se comprometeu.
O tiro saiu pela culatra
Inovação
Se você enjoa no mar essa quadra de tênis 🎾 não é pra você. A Adidas se superou dessa vez, olha só: a marca construiu uma quadra de tênis flutuante para lançar uma nova coleção de roupas feitas de plásticos oceânicos em uma parceria com a Parley. Parece muito bom né?
Errado! Pelo menos em parte.
A quadra é feita de plástico reciclado e fixado em uma barcaça, que é uma grande embarcação feita de madeira. Foi lançada no dia 11 de janeiro com um jogo de tênis entre quatro australianos, que vestiam a nova coleção de roupas, no parque marinho de Queensland.
O Parque Marinho de Queensland é um parque de conservação da Austrália, também conhecido como Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, que visa a proteção da Grande Barreira de Corais, que é Patrimônio Mundial declarado pela UNESCO. Ela se estende por 2.200 km, é a maior estrutura do mundo feita por organismos vivos e é possível ser vista do espaço.
A intenção da marca era conscientizar sobre lixo marítimo e sobre como podemos preservar a Barreira. Mas parece que o tiro saiu pela culatra. Várias dúvidas (relevantes, diga-se de passagem) foram levantadas pelos espectadores. A Adidas se prontificou a sanar todas elas:
O que acontece com as bolas que caem no mar?
As bolas foram todas recolhidas com a ajuda de surfistas locais
Josie Lang (comediante): “Não estou tentando ser obtusa, mas isso não vai corroer e colocar mais microplásticos no oceano?”
A Adidas disse que trabalhou lado a lado com a Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais (GBRMPA)” e também que “Esta barcaça viaja regularmente pela Grande Barreira de Corais para importantes projetos ambientais de construção marinha e mergulho”
Pasmem… Não é a primeira vez que a Adidas monta uma quadra de tênis de plástico reciclado no mar, da última vez foi em Bondi Beach, Sydney, mas foi somente a beira-mar. Dessa vez, deixar um pedaço de plástico gigante flutuando em cima de um ecossistema frágil não foi uma boa ideia. Foi uma bola fora.
Frágil? Alguns cientistas estão chocados, já que a Grande Barreira de Corais está a ponto de sofrer outro branqueamento* por conta das altas temperaturas. Enquanto isso, o governo se comprometeu a gastar mais de um bilhão de dólares americanos para mantê-lo fora da lista do patrimônio mundial “em perigo”.
*Branqueamento de corais é quando um coral “expulsa” pigmentos fotossintetizantes, que acaba resultando na morte desse animal. Meio news educa!
Não é um bom momento para a Adidas, ainda mais quando está sendo acusada de fazer greenwashing, que é a propaganda de um falso projeto ou produto que afirma ser ecológico. Depois de tudo ainda fica uma questão:
Foi só uma jogada de marketing que deu errado ou isso realmente fez mais mal do que bem?
Não é a Turma da Mônica - rs
Inspire-se
Quem aí não adora uma boa história em quadrinhos? O Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) lançou um material didático online para crianças. Qualquer coisa que comece com essa frase é bom.
O material, chamado Reset Earth, é sobre proteção da camada de Ozônio e é todo feito em histórias em quadrinhos, e ainda contará com recursos de animação e jogos interativos educacionais. A fim de que seja mais fácil para a compreensão das crianças! Isso sim é educação de qualidade.
A série de quadrinhos foi pensada para crianças de oito a doze anos de idade, e de um jeito simples e criativo, busca aumentar a consciência ambiental desde cedo. Errado não tá.
Apesar de já existir o Protocolo de Montreal, e ele ser um dos mais efetivos e de maior sucesso na história, ainda é importante instruir sobre a importância da camada de Ozônio e sua necessidade de protegê-la, visto que restaurar a parte danificada levará décadas ainda.
O Protocolo de Montreal foi um acordo internacional de proteção da camada de Ozônio que aconteceu em 1985 na Áustria. Uma série de obrigações e mecanismos de preservação foi adotada. O Brasil só assinou o Protocolo em 1990.
Os adolescentes não vão ficar de fora dessa! Um novo material voltado para crianças acima de 12 e 13 anos já está em produção e será lançado em breve! Vamos ficar no aguardo.