diretamente da laje

as vezes nem tudo vem de onde é mais óbvio. algumas coisas vem para mostrar que é possível inovar independente do contexto.

O que você vai ler hoje:
- Da laje ao app: Heliópolis cria seu próprio iFood
- SP cria uma ponte que não liga cidades
- Brasil lidera fundo global de 125 bi para salvar florestas tropicais

Da laje ao app: Heliópolis cria seu próprio iFood

TECNOLOGIA

Fonte: Exame


Nem toda revolução tecnológica vem do Vale do Silício.
Em Heliópolis, a Saalve cria um modelo de delivery que leva renda e visibilidade para dentro da comunidade.

A ideia nasceu de quem conhece a realidade local. Bruno Lauriano, morador da comunidade, largou um emprego na construção civil, passou um período na Nova Zelândia aprendendo inglês e voltou ao Brasil decidido a empreender. O objetivo: criar uma solução que conectasse comércios locais e consumidores, gerando renda e visibilidade para negócios da favela.

Hoje, o aplicativo funciona como um marketplace com categorias que vão de mercadinhos e farmácias a lojas de bolo caseiro. As taxas cobradas são menores que as de grandes plataformas, o que torna os produtos mais acessíveis e atrai clientes também de fora da comunidade.

Os desafios, porém, foram muitos. Os comerciantes não estavam acostumados a lidar com tecnologia, e a equipe precisou ensinar passo a passo como cadastrar produtos. A logística também exigiu criatividade: endereços duplicados e ruas complexas dificultavam entregas, até que o sistema passou a mapear cada trajeto com entregadores locais.

Mais do que um app de delivery, a Saalve se tornou um ecossistema de inclusão produtiva. Além de conectar vendedores e compradores, a startup organiza eventos, oferece vouchers e promove parcerias com organizações como a CUFA, distribuindo cestas básicas, ingressos e até ações de saúde.

De símbolo de desigualdade, Heliópolis agora também se apresenta como laboratório de inovação social.
A pergunta que fica: e se o futuro dos negócios sustentáveis estiver justamente onde o mercado tradicional nunca olhou?

SP cria uma ponte que liga árvores, e não cidades

MEIO AMBIENTE

Fonte: CicloVivo

No interior de São Paulo, uma nova ponte não foi feita para carros, mas para micos-leões.

Com 50 metros de extensão, a estrutura instalada sobre a rodovia SPV-035, em Presidente Epitácio, conecta fragmentos de floresta e ajuda espécies ameaçadas a cruzarem a pista com segurança.

Chamadas de “pontes de dossel”, essas passagens aéreas foram criadas pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) dentro do Programa de Conservação do Mico-leão-preto. A obra liga a Reserva Legal da Fazenda San Maria a um corredor ecológico que chega até a Estação Ecológica Mico-leão-preto, unidade do ICMBio.

A iniciativa evita que animais precisem descer ao solo, reduz o risco de atropelamentos e devolve a conectividade às florestas. Além dos micos, outras espécies como o tamanduá-mirim também serão beneficiadas.

Com apoio do Durrell Wildlife Conservation Trust e do Disney Conservation Fund, o projeto mostra como a engenharia pode trabalhar a favor da biodiversidade e como pontes podem unir mais do que margens.

Brasil lidera fundo global de 125 bi para salvar florestas tropicais

ECONOMIA

Fonte: Veja

O Banco Mundial aprovou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, uma iniciativa global idealizada pelo Brasil para financiar a proteção das grandes florestas do planeta.

Batizado de Tropical Forests Forever Fund (TFFF), o projeto marca uma virada no modelo de financiamento ambiental: em vez de depender apenas de doações, o fundo será sustentado por uma carteira de investimentos de longo prazo, com foco em ativos sustentáveis e exclusão de setores poluentes como carvão, petróleo e gás.

A meta é ambiciosa — captar 125 bilhões de dólares, sendo 25 bilhões de fontes públicas e 100 bilhões do setor privado. Os recursos serão destinados a países que comprovarem redução no desmatamento e adoção de boas práticas de governança. Pelo menos 20% do montante será reservado a povos indígenas e comunidades tradicionais.

O Brasil, que liderou a proposta desde a COP28 em Dubai, já confirmou um aporte inicial de 1 bilhão de dólares via Fundo Clima. O lançamento oficial está previsto para a COP30, em Belém, no Pará, e deve consolidar o país como protagonista nas discussões sobre o futuro das florestas tropicais.